Você viu nas Posts anteriores que o SCO prevê a possibilidade de que o Comando Organize a Área Envolvida em Uma Situação Crítica em Áreas de Trabalho, de acordo com o Risco e o Tipo de atividades que serão desempenhadas naquele espaço.
Essa é uma ferramenta importante para a coordenação das operações, pois organiza o uso da área por parte das equipes, facilita o controle dos recursos operacionais e aumenta a segurança das operações.
A área envolvida na operação de uma situação crítica pode ser classificada de três formas, que determinarão quem pode entrar nessa área, com que medidas de segurança e quais as atividades permitidas. São Elas:
Área Quente:
A Área Quente é determinada no local que sofreu mais intensamente os efeitos do evento que causou a situação crítica. É nessa área que serão desenvolvidas as operações de maior risco e complexidade.
Por exemplo:
* Em uma enchente, a Área Quente é aquela coberta pela água;
* Em um engavetamento com múltiplas vítimas, a Área Quente é o local onde estão os veículos e as vítimas.
O objetivo de estabelecer uma Área Quente é restringir o acesso de pessoas a ela sem que seja absolutamente necessário para a operação, para permitir que somente pessoas adequadamente treinadas e equipadas, com um objetivo específico a ser alcançado, se exponham aos riscos identificados naquele espaço físico.
Você já deve ter percebido que o estabelecimento de uma Área Quente é muito mais fácil em um evento restrito, onde você pode até mesmo isolar o espaço com fitas. Mas nem sempre isso é possível.
Desastres naturais, por exemplo, podem atingir um bairro inteiro, um município ou mesmo vários municípios.
Mesmo assim, haverá áreas desses municípios onde o risco para as operações será maior, e essas áreas serão consideradas Áreas Quentes.
É claro que, nesses casos, bairros inteiros podem ser considerados Áreas Quentes para
as operações. E será, então, impossível “cercar” o bairro com fitas de isolamento, mas pode-se restringir o acesso por meio de bloqueios de estrada, placas de sinalização e meios de informação.
Mesmo assim, a área será considerada quente pelos integrantes da operação, que adotarão medidas para diminuir o risco (uso de coletes salva vidas em áreas alagadas e uso de rádio comunicador em áreas perigosas são alguns exemplos).
Área Fria:
Área Fria é aquela que abriga as instalações e recursos que darão suporte às atividades, mas apresenta um pequeno risco relacionado à situação crítica e às operações que serão desenvolvidas.
Por isso, na Área Fria as exigências de segurança são menores (adequadas ao risco, mas não negligenciadas), e a circulação de pessoas que não têm relação com a operação só é restrita nas instalações de apoio (Posto de Comando, Área de Reunião ou Base de Apoio).
Área Morna:
A Área Morna é uma área intermediária entre a Área Quente (de maior risco) e a Área Fria (totalmente segura).
Na Área Morna o acesso e a circulação ainda são restritos, mas as condições de risco não são tão altas, propiciando uma área para que os profissionais se equipem, repassem orientações e façam as últimas verificações de segurança antes de adentrar a Área Quente. Por isso, ela é utilizada como ponto de partida para as ações na Área Quente.
Acessos e Corredores:
Além de estabelecer áreas de trabalho, é interessante que o SCO estabeleça os corredores e pontos de acesso às Áreas Quente e Morna.
Fazendo isso, ele controlará melhor a presença de recursos operacionais nas áreas mais perigosas da operação e poderá realizar uma vistoria nas pessoas que estão acessando essas áreas para verificar se elas estão com os equipamentos de proteção necessários, têm informações corretas e conhecem as medidas de segurança recomendadas.
Em operações de alto risco, o controle do acesso à Área Quente é muito rigoroso, para que não haja dúvida sobre quem está na área mais perigosa, e há quanto tempo.
Outra medida que pode ser necessária é estabelecer os corredores de acesso. Em alguns casos isso será fundamental para a segurança.
Imagine uma situação envolvendo o vazamento de um gás tóxico;
a aproximação contra o vento ou a utilização de um corredor de acesso à emergência onde o gás foi espalhado pelo vento pode ser fatal para equipes que ainda nem chegaram ao local.
O corredor de acesso pode viabilizar a circulação de recursos, evitando congestionamento de veículos que podem obstruir vias secundárias e danificar vias não pavimentadas, dificultando o acesso, principalmente os caminhões, pelo seu tamanho.
Por hoje é só! Espero vocês no Próximo Post. Fiquem a Vontade para Curtir, Compartilhar, Twittar, Fazer Comentários ou Dar Sugestões. Vejo Vocês em Breve. Até........
Referências:
http://ufsc.br/
DAFT, Richard. Organizações: Teoria e Projetos. São Paulo: Pioneira Thomsom
Learning Ltda, 2002.
EMERGENCY MANAGEMENT INSTITUTE. Incident Commando System for
Law Enforcement Agency. Washington, 1999.
AMERICAM RED CROSS. Emergency Managenment Guide for Business &
Industry. Washington D.C., 1999.
BRASIL. Ministério da Integração Nacional. Secretaria Nacional de Defesa Civil.
Redução das Vulnerabilidades aos Desastres e Acidentes na Infância. 2. ed.
Brasília: MI, 2002.
CASTRO, Antônio Luiz Coimbra de. Manual de Planejamento em Defesa Civil.
Brasília: MI, 1999, Vol. I.
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