A Frente Parlamentar Ambientalista da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), lançada nesta sexta-feira, (26/06), vai selecionar projetos para discussão, como o que prevê pagamento para serviços ambientais, além de buscar uma reformulação para programas de reflorestamento de áreas de Mata Atlântica.
Presidente da organização, o deputado Carlos Minc (PT), garantiu que, de 18 propostas apresentadas por especialistas em meio ambiente que participam da frente, ele já se comprometeu a analisá-las e estudar formas de transformá-las em leis, duas delas foram apresentadas em projetos.
“Uma das sugestões apresentadas em projeto de lei é que os agricultores reflorestem as margens dos rios, melhorando a quantidade e a qualidade da água. Além disso, vamos defender a criação de uma autoridade de bacia para a Baía de Guanabara, que será um órgão gestor para juntar governo, prefeitura, Cedae, empresas, e também outras propostas para o reuso da água e a diminuição do risco de crise hídrica”, afirmou.
Segundo o secretário estadual do meio ambiente, André Corrêa, o Rio ainda passa por crise hídrica. “Estamos vivendo a pior crise hídrica da história do estado. A secretaria está atuando na redução da vazão do rio Paraíba do Sul. Procedimentos já permitiram economizar de um bilhão de metros cúbicos de água nos reservatórios do rio e estamos adaptando a captação de água dos municípios.
Agora construímos, pela iniciativa privada, um barramento no canal de São Francisco para continuar reservando mais água, além de trabalhar em alternativas para o reuso”, disse Corrêa.
Ainda de acordo com o secretário os níveis do principal reservatório que abastece a cidade, estão em 15,64% em comparação aos 29,8% em relação ao mesmo período ao ano passado.
Outras sugestões foram apresentadas no debate sobre recursos hídricos durante a reunião.
O professor Paulo Canedo, da COPPE/UFRJ, expôs medidas que podem ampliar a segurança hídrica e diminuir a dependência em relação ao rio Paraíba do Sul, Entre elas, Canedo citou:
* Racionalizar a saída de água dos reservatórios por meio de planos de contingência, para suportar severos períodos de estiagem;
* Monitorar o aumento de volume de reserva;
* Por em prática um plano para que a bacia absorva mais água, com intensa ação de revegetação;
* Tratamento de esgoto; e
* Controle de perdas, além do estudo de novas opções de grandes reservas.
O deputado Luiz Paulo (PSDB), que preside a Comissão Parlamentar de Inquérito sobre a Crise Hídrica, disse que é fundamental que haja investimento para promover maior resiliência nos reservatórios e superar o período de estiagem e níveis baixos.
“O grande desafio é como ter contingenciamento para diminuir crise, de fazer com que a água fique no reservatório. É preciso reflorestar com rapidez as áreas dos rios”, afirmou.
Já o deputado Thiago Pampolha (PTC), presidente da Comissão de Meio Ambiente da Alerj, ressaltou que a frente pode ser um espaço para importar modelos positivos também para outros estados.
“É importante discutir a atividade da secretaria de meio ambiente, contestar a atuação das empresas e contrapartidas. A parte fiscalizatória precisa avançar. Precisamos reflorestar a beira dos rios e recuperar parques ambientais”, acrescentou.
Também estiveram presentes os deputados estaduais André Lazaroni (PMDB), Nivaldo Mulim (PR), o deputado federal Alessandro Molon, o Superintendente de Planejamento Metropolitano da Secretaria Estadual de Obras, Luiz Firmino, além do oceanógrafo e professor da Uerj David Zee e representantes do movimento SOS Mata Atlântica, Regiane Pieratti, e do Instituto Terra de Preservação Ambiental, Maurício Ruiz.
Homenagem a quem cuidou do rio:
Em homenagem póstuma ao engenheiro José Roberto Araújo, conhecido como Zé dos Peixes, que se dedicou a estudar espécies de peixes do rio Paraíba do Sul, foi reproduzido um vídeo e a família de “Zé” foi convidada para lembrar do trabalho feito por ele.
Minc relatou que o especialista conduziu coletas de peixes do rio Paraíba do Sul para estudar os efeitos da poluição e do desequilíbrio ambiental na formação das espécies. Após a coleta, foi elaborado laudo que atestou que por causa de substância, os peixes nasciam com deformidades.
Seis anos depois, ele teria refeito a pesquisa e constatado que uma das espécies ainda sofria com os passivos ambientais.
Na homenagem, uma das filhas de Zé dos Peixes, contou como se referia a ele quando criança: “Meu pai trabalha cuidando do rio”.
(Texto de Mariana Totino)
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Referências:
http://diariodepetropolis.com.br/integra/alerj-lanca-frente-parlamentar-ambientalista-do-rj-67577
http://www.alerj.rj.gov.br/common/noticia_corpo.asp?num=49598
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