quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Entendendo o Sistema de Comando em Operações - Parte 3/5

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Darei Continuidade com o Terceiro Post, Caso não tenham visto o Primeiro e o Segundo, Voltem lá e Depois Retornem para Cá.

As Atribuições do Comando, do Staff do Comando e do Staff Principal:



É importante lembrar que a organização pode se expandir ou se contrair de acordo com a complexidade da situação e a disponibilidade de recursos, favorecendo o seu uso em situações críticas de todo tipo e qualquer tamanho, adaptando-se à evolução dinâmica que caracteriza
essas situações.

Entretanto, ela não se amplia de forma aleatória, mas de acordo com uma lógica que visa a prevenir aqueles problemas identificados pelo FIRESCOPE em relação às operações em situações críticas, bem como atender aos princípios estabelecidos para o funcionamento do SCO como um verdadeiro sistema.

Nesse sentido, o organograma do SCO estabelece uma estrutura básica, com funções definidas por procedimentos preestabelecidos. É com base nessa estrutura que o Comando irá implementar o SCO, ativando as principais funções na medida em que elas são necessárias.

COMANDO:




O Comando é responsável pelas operações como um todo, incluindo o desenvolvimento e a implementação do Plano de Ação e a requisição e liberação de recursos.


Uma questão controversa em algumas situações críticas é determinar quem comandará. Devido ao grande número de órgãos com competências semelhantes, pelo fato de uma mesma situação poder afetar diferentes jurisdições, e porque nem sempre quem tem a competência legal tem os recursos técnicos e materiais necessários. 


Essa dúvida é a principal causa para a falta de uma estrutura de comando definida. Como não há consenso sobre quem está no Comando, cada um age por si.


Como é necessário que o SCO seja instalado o mais rapidamente possível, para que as ações sejam coordenadas desde o início da operação, alguém deve assumir o Comando logo no início.

Em situações geograficamente restritas, em que o SCO vai ser instalado em campo, na cena das operações, o comando é assumido pela pessoa de maior autoridade da primeira unidade que chega ao local onde a situação crítica está se desenrolando.

Em outras situações, geralmente quando a área geográfica afetada é maior, um Plano de Contingência pode determinar que uma pessoa específica seja comunicada e assuma o Comando, deslocando-se para o Posto de Comando e começando a coordenar as operações.

Como você deve estar imaginando, muitas vezes o Comando será assumido por alguém do nível operacional, e a importância da situação pode exigir alguém com mais autoridade ou conhecimento técnico. 

Ainda pode ser que outro órgão deva assumir o Comando das operações, seja por competência técnica ou legal. Mas não há problema, pois o Comando pode ser transferido durante as operações, desde que tal transferência seja feita formalmente, no Posto de Comando, com a troca de todas as informações necessárias.

Além disso, o Comando pode ser exercido por mais de uma pessoa, reunindo representantes dos órgãos com mais recursos e responsabilidades relacionadas à operação.

Assim, no SCO o Comando pode ser único, quando assumido por apenas uma pessoa, ou unificado, quando assumido por mais de uma pessoa, representando os órgãos envolvidos na operação.

Suas Principais Atribuições São:

*􀀘 Instalar o SCO;

*􀀘 Designar o Posto de Comando e a Área de Reunião;


*􀀘 Dimensionar o evento e avaliar as prioridades;


*􀀘 Determinar objetivos estratégicos;


*􀀘 Determinar objetivos táticos;


*􀀘 Desenvolver um Plano de Ação;


*􀀘 Desenvolver uma estrutura organizacional adequada;


*􀀘 Gerenciar os recursos disponíveis;


*􀀘 Coordenar as atividades como um todo;


* 􀀘 Garantir a segurança;


* Coordenar as atividades com outros órgãos;


* Divulgar informações para a mídia; e

􀀘 
* Registrar as informações referentes à operação e situação
crítica.



Staff DA FUNÇÃO COMANDO:



O Staff do Comando é responsável por algumas atribuições diretas do Comando.

Seguindo a lógica de expansão do SCO, no primeiro momento as atribuições peculiares ao Staff do Comando são desempenhadas pelo próprio Comando, seja ele único ou unificado. 

As funções são ativadas somente quando se torna necessário delegar alguma atribuição que esteja sobrecarregando o Comando, de acordo com o julgamento do Comando ou seguindo um plano preestabelecido.

Coordenador de Segurança:

O Coordenador de Segurança, membro do Staff do Comando, é o responsável por monitorar e avaliar situações inseguras, desenvolvendo medidas para garantir a segurança das pessoas envolvidas na operação. Isso envolve vários aspectos como:


* Uso de equipamentos de proteção individual;

* Monitorar o revezamento de operadores em tarefas arriscadas;


* Uso de sistemas de ancoragem;


* Restrição de acesso a determinadas áreas; e 


* Outras ligadas à saúde ocupacional das pessoas envolvidas na operação.


Dependendo da complexidade da operação, o Coordenador de Segurança pode contar com especialistas e auxiliares para estabelecer as medidas adequadas e exercer o controle necessário.

Vale destacar que é muito importante que o Coordenador de Segurança possua autoridade para interromper, de imediato, qualquer atividade que julgue insegura. Ele fará isso pessoalmente ou usando as linhas normais de autoridade, dependendo da gravidade da situação.

Finalmente, é importante que ele mantenha um registro das situações inseguras, incluindo recomendações de segurança no Plano e Ação.


Suas Principais Atribuições São:

* Obter as informações sobre a situação crítica e o SCO;

*􀀘 Avaliar o risco potencial da operação e identificar os requisitos gerais de segurança;


*􀀘 Recomendar medidas para gerenciamento dos riscos relacionados à operação;


*􀀘 avaliar a segurança das pessoas envolvidas na operação e estabelecer medidas preventivas para redução do risco;


*􀀘 Informar ao Comando os requisitos de segurança para que pessoas adentrem a área de operação;


*􀀘 Interromper pessoalmente, de imediato, qualquer ato ou condição insegura que exija rápida intervenção;


*􀀘 Manter registro das situações inseguras constatadas; e


*􀀘 Participar da elaboração do Plano de Ação visando a estabelecer medidas de segurança.


Coordenador de Ligações:

O Coordenador de Ligações, membro do Staff do Comando, é o ponto de contato para os representantes dos órgãos que estão auxiliando e cooperando com a operação.


Como você viu anteriormente, quando o SCO é instalado em uma situação crítica envolvendo vários órgãos, um comando unificado é estabelecido para que haja a coordenação de objetivos, recursos e ações entre os envolvidos.

Entretanto, há recursos operacionais que não chegam a integrar o comando unificado porque sua participação é muito pontual e localizada. Então, esses órgãos estabelecem contato com o SCO por meio do Coordenador de Ligações.


Suas Principais Atribuições São:

* Obter as informações sobre a situação crítica e o SCO;

􀀘* Estabelecer um ponto de contato para os órgãos que estão auxiliando e cooperando com a operação;


*􀀘 Identificar um representante de cada órgão, incluindo meio de contato;


*􀀘 Atender às solicitações do Comando para estabelecer contato com os órgãos que estão auxiliando e cooperando com a operação;


*􀀘 Monitorar as operações para identificar possíveis conflitos ou problemas no relacionamento entre os órgãos que estão auxiliando e cooperando com a operação; e


*􀀘 Manter um registro dos órgãos que estão auxiliando e cooperando com a operação e seus contatos.


Porta-voz:


O Porta-voz, membro do Staff do Comando, é responsável pela formulação e divulgação de informações sobre a situação crítica e as operações para a mídia.


Para fazer isso ele deve acompanhar as atividades no Posto de Comando e agir proativamente para informar a mídia por meio de informes aprovados pelo Comando.

Além disso, o Porta-voz deve organizar os contatos com a mídia, estabelecendo locais e horários para que as informações sejam divulgadas para todos os representantes da mídia de forma igualitária.

Finalmente, é bom destacar que o Comando pode dar entrevistas, desde que elas sejam organizadas em locais e momentos que não interfiram na coordenação das operações.

Por isso mesmo, o Porta-voz deve ser escolhido com cuidado, pois representa a face visível da operação junto à população. Ele pode ser um profissional de relações públicas ou jornalismo, disponibilizado por um dos órgãos envolvidos.

Outra opção, quando o comando unificado for estabelecido, é que um dos integrantes do Comando faça o papel de Porta-voz, atendendo à ansiedade da mídia para contatar alguém com certo grau de autoridade no sistema.

Suas Principais Atribuições São:

* Obter as informações sobre a situação crítica e o SCO;

*􀀘 Estabelecer um local para a divulgação de informações;


􀀘* Preparar um informe inicial sobre a situação crítica assim que possível;


*􀀘 Estabelecer um contato regular com a mídia para a divulgação de informações;


*􀀘 Observar as restrições para a divulgação de informações estabelecidas pelo Comando;


*􀀘 Obter a aprovação para os informes antes de serem divulgados;


􀀘* Organizar coletivas e intermediar o contato do Comando com integrantes da mídia; e


*􀀘 Controlar o acesso de integrantes da mídia à área de operações.


Por hoje é só! Espero vocês no Próximo Post. Fiquem a Vontade para Curtir, Compartilhar, Twittar, Fazer Comentários ou Dar Sugestões. Vejo Vocês em Breve. Até........






Referências:
http://ufsc.br/
DAFT, Richard. Organizações: Teoria e Projetos. São Paulo: Pioneira Thomsom

Learning Ltda, 2002.

EMERGENCY MANAGEMENT INSTITUTE. Incident Commando System for

Law Enforcement Agency. Washington, 1999.

AMERICAM RED CROSS. Emergency Managenment Guide for Business &
Industry. Washington D.C., 1999.
BRASIL. Ministério da Integração Nacional. Secretaria Nacional de Defesa Civil.
Redução das Vulnerabilidades aos Desastres e Acidentes na Infância. 2. ed.
Brasília: MI, 2002.
CASTRO, Antônio Luiz Coimbra de. Manual de Planejamento em Defesa Civil.
Brasília: MI, 1999, Vol. I.

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