quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Conhecendo e Entendendo os Desastres no Brasil - Parte 1/2

            

O Brasil, devido ao seu tamanho geográfico, às condições climáticas e fisiográficas e aos diferentes graus de desenvolvimento urbano, está sujeito permanentemente à ocorrência.

Ao contrário de outros países onde é frequente a ocorrência de desastres de origem tectônica, como é o caso de terremotos e tsunamis, no Brasil os desastres tendem a estar relacionados a fenômenos climáticos, potencializados pela ação e exposição do homem.

Um panorama interessante sobre a incidência de desastres naturais no Brasil está disponível no Atlas Brasileiro de Desastres Naturais, elaborado pelo Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres da UFSC (CEPED/UFSC, 2012). 

Além desse documento, destacamos os Anuários de Desastres Naturais elaborados pelo Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (CENAD, 2012;2013).


Cabe salientar, entretanto, que a metodologia utilizada no tratamento das informações para os dados de 2011 e 2012 são distintas daquelas utilizadas na elaboração do Atlas Brasileiro de Desastres Naturais, de 1991 a 2010, o que dificulta sua comparação.

Segundo essas publicações, entre os anos de 1991 e 2012, foram registrados oficialmente 33.080 desastres naturais no Brasil.

Neste período, o ano de 2009 foi o ano mais afetado, com cerca de 3.200 registros de desastres.  

Entre a década de 1990 e a dos anos 2000, houve uma alta de 21,7 vezes no número de registros, conforme (CEPED/UFSC, 2012). Embora tenha ocorrido um aumento generalizado em todos os tipos de desastres, os movimentos de massa registraram o maior avanço entre essas décadas.

Abaixo apresentamos a distribuição do número de registros de desastres naturais por região brasileira. 

Nota-se que, apesar do aumento no número de registros relacionados a movimentos de massa, a liderança do ranking de desastres naturais pertence à seca. 

A frequência desses desastres é maior no Nordeste, com 16.449 registros no período de 1991 a 2010.

Os desastres mais frequentes, por ordem decrescente de registros, foram:

* estiagem e seca; 
* enxurrada e alagamentos; 
* inundação; 
* granizo; 
* ciclones e vendavais; 
* tornado; 
* geada; 
* incêndio florestal; 
* movimento de massa; 
* erosão linear; 
* erosão fluvial; 
* erosão marinha.


Já as Regiões Com Mais Registros Foram:

* Nordeste, Sul, Sudeste, Centro-oeste e Norte. 

Os gráficos apresentados  mostram, respectivamente  percentagem da população afetada por desastres e a percentagem de mortos no Brasil, no período de 1991 a 2010. 

Por meio desses gráficos percebe-se que as secas e as estiagens afetam a sociedade mais do que todos os outros tipos de desastres somados. 

Entretanto, o gráfico com a percentagem de mortos evidencia que as enxurradas são os desastres que causam maior perda de vidas no Brasil e, portanto, merecem maior atenção.

O número de mortos em decorrência de desastres evidencia a urgência de ações conjuntas para a elaboração de políticas públicas de prevenção e resposta aos desastres, bem como a necessidade de conscientização da sociedade, através da qualificação de sua percepção do risco.

Quanto à distribuição sazonal, os picos de desastre ocorrem,  nos meses de:

* Abril e outubro na Região Norte;
* Março, abril e maio na Região Nordeste;
* Fevereiro e março na Região Centro-Oeste;
* Agosto, novembro e dezembro na Região Sudeste;
* Janeiro, fevereiro e setembro a dezembro na Região Sul.


A Codificação Brasileira de Desastres (COBRADE), apresentada no Quadro 1, foi instituída por meio da Instrução Normativa Nº 1, de 24 de agosto de 2012, em substituição à Codificação de Desastres, Ameaças e Riscos – CODAR (MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃONACIONAL, 2012). 

A COBRADE Distingue Duas Categorias de Desastre:

* Natural e Tecnológico. 

Ela é fundamental para uniformizar as definições de desastres, servindo como base para entidades e profissionais relacionadas à gestão de desastres no território nacional.


Esta codificação foi elaborada a partir da classificação utilizada pelo Banco de Dados Internacional de Desastres (EM-DAT) do Centro para Pesquisa sobre Epidemiologia de Desastres (CRED) e da Organização Mundial de Saúde (OMS/ONU). 

Além dos desastres constantes da classificação do EM-DAT, foram incluídos alguns desastres peculiares à realidade brasileira.

Considerando esses códigos e os dados disponibilizados no Atlas Brasileiro de Desastres Naturais (CEPED; UFSC, 2012) e nos Anuários Brasileiros de Desastres Naturais, elaborados pelo CENAD (2012;2013), será feita a seguir uma breve descrição dos desastres naturais e tecnológicos mais recorrentes no Brasil, bem como sua caracterização e ocorrência por região.

Os desastres relacionados a enxurradas e inundações são os que acarretam maiores prejuízos econômicos ao país.

As enxurradas são desencadeadas por chuvas intensas e concentradas, e consistem na elevação súbita dos rios acompanhada de um escoamento de alta velocidade e energia (CENAD, 2012), Ao analisar a distribuição desses processos no Brasil, nota-se que os mesmos afetam todos os estados brasileiros e ocorrem em diferentes épocas do ano dependendo da região.

Os Estados Som o Maior Número de Registros são Santa Catarina e Rio Grande do Sul, Principalmente nos Meses de Janeiro.

No Sudeste, o Maior Registro de Ocorrências Acontece no Verão, sobretudo no Mês de Janeiro. 

O Nordeste, apesar de sofrer com a Seca Durante a Maior Parte do Ano, também enfrenta episódios de Inundações e Enxurradas, Principalmente Entre os Meses de Janeiro e Maio. 

As Inundações consistem no aumento lento e previsível dos níveis de água em cursos e corpos hídricos, gerando um transbordamento que se mantém em situação de cheia durante algum tempo e, a seguir, escoa gradualmente.

Esse tipo de desastre é ocasionado, geralmente, por chuvas prolongadas em áreas de planície (CENAD, 2012). Dessa forma, sua área de impacto é, em muitos casos, extensa.

Assim como as enxurradas, as inundações são comuns em todo o Brasil, sendo que o Sudeste apresenta o maior número de casos, o que pode estar associado às características das bacias dessa região.

A incidência mensal de inundações é, de maneira geral, maior nos meses do verão, principalmente no Sudeste.


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Referências:
https://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/1110096/mod_resource/content/4/Capítulo%203%20-%20Apostila%20-%20O%20desafio%20de%20conviver%20com%20o%20risco.pdf
http://www.mi.gov.br/
http://ufsc.br/
http://www.ceped.ufsc.br/

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