segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Conhecendo os Riscos e Suas Classificações - Parte 2/2

               

Daremos continuidade ao nosso assunto, caso não tenha visto a primeira parte, volte lá e confira, e depois retorne para cá.

O Risco Tolerável, por outro lado, é aquele que a sociedade pode conviver de modo a garantir certos benefícios, como por exemplo, a proximidade do local de trabalho ou a determinados serviços. 

Constitui-se em um risco em que não são feitos esforços efetivos para sua redução (FELL et al., 2008).

Assim, questões sociais e econômicas podem levar uma população a tolerar um risco maior do que outras populações.

O Risco Tolerável é maior do que o risco aceitável, embora na prática seja difícil fazer essa diferenciação numérica. 

Como Risco Tolerável é o risco aceito pela sociedade por questões sociais e/ou econômicas, mudanças no cenário econômico local ou na frequência de acidentes podem alterar esta percepção de risco tolerável (BRESSANI; COSTA, 2013).

O Risco Intolerável consiste no risco que não pode ser tolerado ou aceito pela sociedade, uma vez que os benefícios proporcionados não compensam os riscos.

Assim como o risco aceitável e o tolerável, ele varia conforme a percepção do indivíduo ou da sociedade, sendo que para uma determinada pessoa ele pode ser intolerável enquanto que para outra é um risco tolerável ou até mesmo aceitável.

Segue abaixo, o Esquema representativo da diferenciação entre risco aceitável, tolerável e inaceitável.


Nível de risco:



-> Risco inaceitável -> Zona de inaceitabilidade -> Zona de tolerância -> Zona de aceitabilidade -> Risco insignificante



O risco é inadmissível sob as condições existentes, pois os possíveis danos e prejuízos são superiores aos benefícios. 

Nesse caso, ações devem ser tomadas para que ocorra a sua redução.

O risco é tolerável, ou seja, é possível conviver com o mesmo devido aos benefícios associados e à inviabilidade de reduzi-lo. 

As medidas de redução do risco não são tão vantajosas quando comparadas com os benefícios proporcionados pela tolerância ao risco.

O risco é aceitável e, portanto, a sua frequência e os possíveis danos e prejuízos causados pelo mesmo são considerados insignificantes.

Exemplo: Algumas pessoas moram em locais suscetíveis a inundação e optam por conviver com esse risco, pois o benefício de permanecer nesse local é superior ao de se mudar para outro lugar.

O juízo entre o limite do risco tolerável e aceitável exige um elevado grau de responsabilidade política e deve levar em consideração as consequências sociais e econômicas de cada uma das opções de ação possíveis, em termos de custo/benefício. 

A equação custo/benefício tende a aumentar na medida em que cresce o nível de qualidade de vida e, consequentemente, de exigência da sociedade a altos níveis de proteção e de um baixo grau de risco (MORAES, 2013).


O Risco Residual é um risco remanescente, ou seja, um risco que permanece após a implantação de programas de redução de risco. 

De uma maneira geral, sempre existirá um risco residual, uma vez ele pode ser reduzido com medidas de mitigação, mas não completamente eliminado (BRESSANI; COSTA, 2013).


O Risco Residual pode ser entendido, também, como o risco que permanece após a ocorrência de um desastre. 

Esse conceito é muito aplicado aos deslizamentos, onde os setores de riscos residuais são considerados aqueles extremamente críticos, onde o material não mobilizado pelos deslizamentos está prestes a se movimentar, constituindo-se dessa forma, em riscos instalados.


Por exemplo: O Serviço Geológico do Estado do Rio de Janeiro (DRM-RJ) realiza a identificação do risco remanescente ou residual após a ocorrência de escorregamentos.

Para tanto, as cicatrizes dos deslizamentos ocorridos são mapeadas, juntamente com as áreas potencialmente instáveis, ou seja, o risco instalado. 

Risco remanescente de deslizamento do Bairro Independência, ocorrido em 2013 em Petrópolis, RJ. 

Estão demarcadas as cicatrizes dos escorregamentos, das casas para as quais a execução de obras de contenção ou a remoção da população é inquestionável, devido à alta probabilidade de ocorrência de novos processos.

Por hoje é só! Fiquem a Vontade para Curtir, Compartilhar, Twittar, Fazer Comentários ou Dar Sugestões. Vejo Vocês em Breve. Até......









Referências:
riskam.ul.pt/images/pdf/livcapnac_2010_cartografia_municipal_risco_sig.pdf
https://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/1112649/mod_resource/content/5/Cap%C3%ADtulo%204%20-%20Apostila%20-%20Enxergando%20os%20componentes%20do%20risco.pdf
http://www.eea.europa.eu/publications/technical_report_2005_1
http://www.abge.org.br/uploads/imgfck/file/Relatorio_Petropolis-Marco13.pdf



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