quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Entendendo e Identificando a Ameaça e o Perigo

                   

A identificação da ameaça e do perigo é realizada com base nos mesmos fatores. Dessa forma, sua explicação será realizada de forma conjunta. 

A diferenciação entre esses dois componentes se dá apenas na sua avaliação, onde o perigo indicará a probabilidade de que uma ameaça específica (e, portanto, com danos) ocorra em um dado período de tempo de uma maneira quantitativa. 

Por outro lado, a avaliação da ameaça indicará qualitativamente uma condição com potencial para causar consequência indesejável, sem ter o seu tempo de recorrência conhecido.

Por exemplo: Na identificação do perigo a deslizamentos, devem-se considerar além dos 

indicadores de suscetibilidade natural do terreno, as características do uso e ocupação do solo e o tempo de retorno de chuvas que deflagrem esses processos como componentes do cálculo de probabilidade de sua ocorrência.

Já na identificação da ameaça se consideram os mesmos fatores, no entanto, sem mensurar a sua probabilidade de ocorrência.

Salienta-se que a maior parte dos estudos Brasileiros identifica apenas a ameaça, devido à dificuldade de determinar quantitativamente a probabilidade de ocorrência dos eventos adversos. 

Apesar dessa limitação, esses estudos são fundamentais para o planejamento estratégico e ajudam a orientar as ações do ordenamento do território, no sentido de evitar a ocupação de áreas com maiores ameaças.


Ao realizar a identificação da ameaça e perigo, de uma maneira geral, devem-se considerar os seguintes componentes:

* As características naturais da área, ou seja, a suscetibilidade do terreno. Ela é identificada por meio dos fatores condicionantes, conforme apresentado no Post anterior, caso não se lembre, volte lá rapidamente e retorne para cá.

Eles são o conjunto das características intrínsecas do meio físico natural.

Por exemplo: Entre os fatores condicionantes dos deslizamentos, destacam-se:

* Declividade;

* Tipos de rocha e seu grau de alteração;

* Propriedades geotécnicas e hidrológicas do solo;

* Nível do lençol freático; e

* Tipo de vegetação.

Os agentes efetivos que deflagram os desastres, ou seja, que são diretamente responsáveis pela ocorrência dos desastres.

Eles são diferenciados em preparatórios e imediatos. 

Os agentes preparatórios são dinâmicos e auxiliam no desencadeamento dos desastres, mas sem iniciar esses processos. 

Os agentes imediatos, também chamados de desencadeantes, representam a causa imediata do desastre.

Por exemplo: Entre os agentes preparatórios dos deslizamentos, destacam-se:

* Chuva de baixa intensidade;


* Erosão pela água e vento;


* Variação de temperatura e umidade;


* Ação de fontes e mananciais;

* Oscilação do nível de lagos e mares e do lençol freático; e
* Ação do homem.


Por exemplo: Entre os agentes efetivos imediatos dos deslizamentos, destacam-se:

* Chuva intensa e/ou prolongada;

* Vibrações;

* Terremotos;

* Ondas;

* Vento; e

* Ação do homem.

Dentre os agentes apresentados, a ação antrópica, ou seja alterações realizadas pelo homem no planeta Terra, pode ser considerada como o principal agente efetivo, principalmente por meio do tipo de uso e ocupação do solo.

Em muitos casos, a ação antrópica agrava e intensifica os desastres. 

Por exemplo: Entre os agentes efetivos (preparatórios e imediatos) relacionados com a ação antrópica, destacam-se:

* Retirada da mata ciliar e desmatamento das encostas;

* Impermeabilização do solo (concreto, asfalto, etc.);

* Ocupação desordenada de encostas íngremes e planícies de inundação;

* Lançamento de lixo e entulho nas encostas e rios;

* Execução de cortes e aterros com geometrias inadequadas;

* Vazamentos de tubulação;

* Lançamento de águas servidas na superfície; e

* Realização de queimadas sem controle.

No entanto, salienta-se que raramente um desastre pode ser associado a um único e 
definitivo fator condicionante e agente efetivo, devendo ser observado como o produto de uma cadeia de fatores e efeitos que acabam determinando sua deflagração.

Apontam-se os seguintes passos na identificação da ameaça e perigo: 

(1) quais são os processos naturais e da ação humana responsáveis por este perigo?

(2) em que condições a sua evolução poderá produzir danos?

(3) qual a probabilidade (qualitativa, no caso da ameaça) deste fenômeno físico ocorrer em uma determinada área em um intervalo de tempo?

Por hoje é só! Fiquem a Vontade para Curtir, Compartilhar, Twittar, Fazer Comentários ou Dar Sugestões. Vejo Vocês em Breve. Até......









Referências:
riskam.ul.pt/images/pdf/livcapnac_2010_cartografia_municipal_risco_sig.pdf
https://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/1112649/mod_resource/content/5/Cap%C3%ADtulo%204%20-%20Apostila%20-%20Enxergando%20os%20componentes%20do%20risco.pdf
http://www.eea.europa.eu/publications/technical_report_2005_1
http://www.abge.org.br/uploads/imgfck/file/Relatorio_Petropolis-Marco13.pdf

Nenhum comentário:

Postar um comentário